25/07/2021 às 07:37 Fotos históricas

Fotos históricas: Massacre na Praça da Paz Celestial

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Em 4 de junho de 1989, a China encerrou de forma brutal o protesto em massa por liberdade e democracia na Praça da Paz Celestial (Tiananmen). A violência militar resultou em centenas de mortos e milhares de feridos.

No dia 26 de abril, o jornal Renmin Ribao, órgão oficial do governo em Pequim, criticou de forma severa o movimento estudantil e anunciou medidas repressivas em seu editorial. Ignorando a advertência, outros milhares de estudantes de 40 universidades do país deslocaram-se até a praça. Também os jornalistas se solidarizaram com o movimento e, pela primeira vez, promoveram uma manifestação exigindo liberdade de imprensa.

Nos primeiros dias do mês de maio, entretanto, ficava clara a cisão dentro da cúpula política. Enquanto o então chefe do partido, Zhao Ziyang, mostrava compreensão para as reivindicações estudantis, o primeiro-ministro, Li Peng, e Deng Xiaoping defendiam a linha-dura.

A 13 de maio, os universitários reunidos na praça iniciaram a greve de fome, alguns inclusive recusavam-se a beber água. Li Peng continuou se negando a seguir suas exigências e no dia 20 de maio decretou a lei marcial. Pouco depois, Zhao Ziyang foi deposto, selando a vitória da linha-dura do governo chinês.

A cisão começava a se delinear também entre os manifestantes. Os mais radicais negavam-se a seguir a sugestão feita pela Aliança Universitária de Pequim, de encerrar a manifestação. No dia 29, artistas chegaram a confeccionar uma estátua de espuma em homenagem à democracia, de 10 metros de altura, em plena Praça da Paz Celestial.

E então, entre 4 e 5 de junho, era uma noite quente de verão, quando os tanques cercaram a Praça da Paz Celestial, em Pequim. Meia hora mais tarde, foram apagadas as luzes e iniciaram-se as brutalidades.

Cerca de 40 mil soldados haviam sido chamados do norte do país, depois que o batalhão estacionado na capital havia se negado a cumprir as ordens para acabar com a manifestação pacífica por liberdade e democracia, iniciada seis semanas antes na praça central da capital chinesa. Já os soldados do interior da Mongólia, com seus experientes oficiais que haviam lutado no Vietnã, não conheciam estes escrúpulos.

Os tanques invadiram a praça, atropelaram os manifestantes e atiraram em tudo o que se movia, promovendo um verdadeiro banho de sangue. Até hoje, não se sabe o número exato de mortos. Também estudantes que tentaram ajudar os feridos foram mortos.

Uma alemã que deixou a China às pressas na ocasião, relatou mais tarde que viu na rua cerca de 500 universitários com flores brancas e pretas nas roupas, em sinal de luto. "Todos foram atropelados pelos tanques", relatou horrorizada.

Às 5h40 do dia 4 de junho, Tiananmen havia sido esvaziada e o sonho de reforma e democracia de uma geração de chineses se evaporou.

E enfim, um homem enfrenta os tanques das forças militares na Avenida da Paz Eterna em Pequim, em 5 de junho de 1989. Durante a noite anterior, o exército chinês realizou uma brutal repressão contra os estudantes da Praça Tiananmen. A foto, tirada pelo fotógrafo americano Jeff Widener, deu a volta ao mundo e se tornaria um símbolo dos protestos em Tiananmen. Widener foi finalista do prêmio Pullitzer pela primeira vez, em 1990.

25 Jul 2021

Fotos históricas: Massacre na Praça da Paz Celestial

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